EBD
4º Trim. Lição 6 2017 Lidando com o Preconceito e a Discriminação – (Jovens)
Mensagem
Introdutória da Leitura Diária
O enunciado contido no título deste texto deveria ser um
truísmo, verdade incontestável ou evidente por si mesma, coisa tão óbvia que não
precisa ser mencionada, uma banalidade, uma obviedade. Mas, espantosamente, não
é. Discriminar ainda é visto – e vendido – por alguns como um “direito”, ou,
como gostam de dizer, “liberdade de expressão”. - Discriminar pessoas, porém,
não é e jamais será um direito. Dá para discordar de premissa tão evidentemente
legítima? Não são muitos, os que discordam. Mas existem e têm muito espaço para
dizerem suas “ideias” por terem representantes de peso do ponto de vista de que
discriminar seria “direito” ou “liberdade” de algum tipo. - Ninguém assume que
discrimina outras pessoas, claro. A imagem do discriminador é negativa, de
alguém intolerante e estúpido. As acepções do verbo discriminar, porém, quando
analisadas, permitem enquadrar a todos aqueles que juram que não estão
discriminando quando agem da forma que tais acepções detalham. - Discriminar é
um verbo transitivo. Portanto, pede paciente da ação discriminatória. Segundo o
dicionário Houaiss, é perceber diferenças, distinguir, discernir. Mas não só.
É, também, colocar alguém ou alguma coisa à parte por algum critério para
especificar, classificar, listar.
Deus
e nem a sua Igreja discrimina o homem, mas condena com veemência o Pecado
A frase "Deus ama os pecadores, mas odeia o
pecado" não está na Bíblia. É fruto de uma reflexão teológica que deriva
das atitudes de Cristo. A máxima expressão deste comportamento de Jesus é
encontrado na sua paixão, quando Ele morre pelos injustos (veja 1Pedro 3,18).
Há muitos outros textos que sublinham o amor de Jesus pelos pecadores,
que Ele espera sempre que se convertam. Poderíamos citar a Parábola do fariseu
e do publicano: enquanto rezavam no templo, o primeiro se julgava justo e o
segundo pecador; Jesus termina a parábola dizendo que o pecador foi para a sua
casa justificado (Lucas 18,9-14). Do mesmo modo lembramos da atitude de Jesus
em relação a Samaritana (João 4). Não podemos também esquecer de Lucas 15, com
suas 3 parábolas sobre a misericórdia divina: a ovelha perdida (4-7), a dracma
perdida (8-10) e o filho pródigo (11-32).
Essa frase, escutada muitas vezes nos sermões de padres e
pastores, pode ser julgada como desvirtuada. De fato há quem diz que se trata
de colocar panos quentes sobre os pecados das pessoas. Pessoalmente creio que a
frase tenha o seu valor. É absolutamente verdade que Deus se entristece com
quem comete pecado. Acredito que a frase não encubra isso. A questão é que ela
quer sublinhar quão grande é a misericórdia divina. De fato Deus, como em Lucas
15, é um pai que espera a volta do seu filho, que saiu de casa, de braços
abertos, sempre.