Adoração,Santidade e serviço

Lição 10

Ofertas Pacíficas para um Deus de Paz

Na oferta pacífica o pensamento principal é a comunhão do adorador.

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O Sacrifício Pacífico: A Comunhão

Quanto mais atentamente consideramos as ofertas, mais amplamente vemos que nenhum sacrifício apresenta um tipo completo de Cristo. É só as comparando em conjunto que se pode obter uma ideia algo tanto exata. Cada oferta, como era de esperar, tem as suas próprias características. O sacrifício pacífico difere do Holocausto em muitos pontos; e uma compreensão clara dos pontos em que qualquer figura difere das outras ajudar-nos-á a compreender o seu significado especial.

A Diferença entre o Holocausto e o Sacrifício de Pacífico

Assim, quando comparamos o sacrifício pacífico com o holocausto, descobrimos que o tríplice ato de "esfolar", "partir em pedaços" e "lavar a fressura e as pernas" é inteiramente omitido. Mas isto é natural. No holocausto, como temos notado, encontramos Cristo oferecendo-se a Si mesmo a Deus e sendo aceito. Por isso tinha de ser simbolizada não só a Sua inteira rendição como também o processo de perscrutação a que Ele se submeteu. Na oferta pacífica o pensamento principal é a comunhão do adorador. Não é Cristo como objeto exclusivamente deleitável para Deus, mas de gozo para o adorador, em comunhão com Deus. Por isso a ação é menos intensa, em toda a linha.

Nenhum coração, por muito elevado que seja o seu amor, pode, de modo algum, elevar-se à altura da dedicação de Cristo a Deus ou da aceitação de Cristo por Deus. Ninguém senão o próprio Deus podia anotar devidamente as pulsações do coração que batia no seio de Jesus; e, portanto, era necessário um símbolo para mostrar este aspecto da morte de Cristo, a saber, a Sua perfeita dedicação a Deus na morte. Este símbolo têmo-lo no holocausto, a única oferta em que observamos a ação tríplice a que acima nos referimos.

Assim também em referência ao caráter do sacrifício. No holocausto, a vítima devia ser "macho sem mancha"; ao passo que no sacrifício pacífico podia ser "macho ou fêmea", contanto que não houvesse neles qualquer mancha. A natureza de Cristo, quer O consideremos como sendo apreciado exclusivamente por Deus ou pelo adorador em comunhão com Deus, deve ser sempre a mesma. Não pode haver alteração nela. A única razão por que era consentido oferecer uma fêmea no sacrifício pacífico era para se avaliar a capacidade do adorador quanto à apresentação do bendito Ser que, em Si mesmo, "é o mesmo ontem, hoje e para sempre" (Hb 13).

Além disso, no holocausto lemos, "o sacerdote tudo queimará"; ao passo que no sacrifício pacífico só uma parte era queimada, isto é, "a gordura, os rins e o redenho". Isto torna o caso muito simples. A porção mais excelente do sacrifício era posto sobre o altar de Deus. As entranhas — as ternas sensibilidades do bendito Jesus eram dedicadas a Deus como o único que podia perfeitamente apreciá-las. Aarão e seus filhos alimentavam-se do "peito" e da "espádua direita" (') (Veja-se atentamente Lv 7:28-36). Todos os membros da família sacerdotal, em comunhão com o seu chefe, tinham a sua própria porção da oferta pacífica. E agora todos os verdadeiros crentes, constituídos pela graça sacerdotes para Deus, podem alimentar-se das afeições e da força da verdadeira oferta pacífica — podem f ruir a feliz certeza de terem o seu coração amantíssimo e o Seu ombro poderoso para os confortar e suster continuamente (2)." Esta é a porção de Arão e a porção de seus filho, das ofertas queimadas do Senhor, no dia em que os apresentou para administrar o sacerdócio ao Senhor. O que o Senhor ordenou que se lhes desse dentre os filhos de Israel no dia em que os ungiu estatuto perpétuo é pelas suas gerações" (Lv 7:35-36).

(1) "O peito" e "a espádua" são emblemáticos de amor e poder — força e afeição.

(2) Há força e beleza no versículo 31: "... o peito será de Aarão e de seus filhos". É privilégio de todos os verdadeiros crentes alimentarem-se das afeições de Cristo — do amor imutável desse coração que bate com amor imortal e imutável por eles.

Uma Porção Comum entre Deus e os Sacerdotes

São importantes todos estes pontos de diferença entre o holocausto e o sacrifício pacífico; e quando considerados em conjunto, mostram com grande clareza as duas ofertas perante a mente. No sacrifício pacífico há mais alguma coisa do que a dedicação abstrata de Cristo à vontade de Deus. O adorador é apresentado, não simplesmente como espectador, mas como participante não apenas para observar, mas para se alimentar. Isto dá um caráter notável a esta oferta. Quando observo o Senhor Jesus no holocausto, vejo-o como Aquele cujo coração foi consagrado ao objetivo de glorificar Deus e cumprir a Sua vontade. Mas quando O vejo no sacrifício pacífico, descubro aquele que tem um lugar no Seu coração amantíssimo e sobre os Seus ombros poderosos para um pecador indigno e desam­parado. No holocausto, o peito, as pernas e as entranhas, a cabeça e a gordura, tudo era queimado em cima do altar — tudo subia como cheiro suave a Deus. Porém no sacrifício pacífico a própria porção que me convém é reservada para mim. E não tenho de alimentar-me daquilo que satisfaz a minha própria necessidade na solidão. De modo nenhum. Alimento-me em comunhão com Deus e em comunhão com os meus companheiros no sacerdócio. Alimento-me com o perfeito e feliz conhecimento que o mesmíssimo sacri­fício que nutre a minha alma tem já satisfeito o coração de Deus; e, além disso, de que a mesma porção que me alimenta também alimenta todos os meus companheiros em adoração. A ordem da comunhão encontra-se aqui — comunhão com Deus e comunhão com os santos. Não havia nada que se parecesse com isolamento na oferta pacífica. Deus tinha a Sua porção e a família sacerdotal tinha a sua.

Assim é com o Antítipo do sacrifício pacífico. O mesmo Jesus que é o objeto das delícias do céu é a fonte de gozo, de força e de conforto para todo o coração crente; e não só para cada coração, em particular, mas também para toda a Igreja de Deus, em comunhão. Deus, em Sua infinita graça tem dado ao Seu povo o mesmo objetivo que Ele tem. "A nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1 Jo 1:3). É verdade que os nossos pensamentos acerca de Jesus nunca poderão chegará altura dos pensamentos de Deus. A nossa apreciação de um tal objeto deve ficar sempre muito aquém da Sua; e, por isso, no símbolo, a casa de Arão não podia participar da gordura.

Mas, apesar de nunca podermos atingir o padrão de apreço divino da Pessoa de Cristo e do Seu sacrifício, estamos todavia ocupados com o mesmo objeto e portanto a casa de Arão tinha "o peito e a espádua direita". Tudo isto está repleto de conforto e alegria para o coração. O Senhor Jesus Cristo—Aquele que "foi morto, mas vive para todo o sempre", é agora o objeto exclusivo ante os olhos e pensamentos de Deus; e, em graça perfeita, Deus deu-nos uma parte nesta mesma bendita e gloriosa Pessoa. Cristo é também o nosso objetivo — o objetivo dos nossos corações e tema do nosso cântico. "Havendo feito a paz, pelo sangue da sua cruz", subiu ao céu e enviou o Espírito Santo, o "outro Consolador", por cujo ministério poderoso nos alimentamos do "peito e da espádua direita" do divino "Sacrifício Pacífico". Ele é, na verdade, a nossa paz; e temos o gozo inexcedível de saber que o agrado de Deus na obra da nossa paz é tal que o cheiro suave da nossa oferta pacífica deu alegria ao Seu coração. Este fato dá um encanto peculiar a este símbolo. Cristo, como holocausto, desperta a admiração dos nossos corações; Cristo, como sacrifício pacífico, estabelece a paz da consciência e satisfaz as múltiplas e profundas necessidades da alma. Os filhos de Arão podiam prostrar-se em redor do altar do holocausto: podiam observar como a chama desse sacrifício subia para o Deus de Israel; podiam ver o sacrifício reduzido a cinzas; podiam, à vista de tudo isto, curvar as suas cabeças e adorar; mas ao retirarem-se nada levavam para si mesmos. Não sucedia o mesmo com o sacrifício pacífico. Neste eles viam não só o que podia emitir um cheiro suave para Deus, mas também render uma porção substancial para si mesmos, da qual podiam alimentar-se em feliz e santa comunhão.

O Gozo da Comunhão

E, certamente, é motivo de grande alegria para todo o verdadeiro sacerdote saber (para empregar a linguagem do nosso símbolo) que Deus teve a Sua parte, antes de ele receber o peito e a espádua. Este pensamento dá força e fervor, engrandecimento e alegria ao culto e à comunhão. Revela a graça maravilhosa d'Aquele que nos deu o mesmo objetivo, o mesmo tema, e a mesma alegria que Ele tem. Nada inferior—nada menos do que isto podia satisfazê-Lo. O Pai quer que o pródigo se alimente do bezerro cevado, em comunhão consigo. Não lhe dá um lugar inferior à Sua própria mesa, nem qualquer outra porção senão aquela de que Ele Próprio se alimenta. A linguagem do sacrifício é esta: "era justo alegrarmo-nos e folgar­mos" — "comamos e alegremo-nos". Tal é a preciosa graça de Deus! Sem dúvida, temos motivos para nos alegrarmos, pois participamos de uma tal graça. Porém, quando podemos ouvir o bendito Deus dizer "comamos e alegremo-nos", dos nossos corações devia brotar uma corrente contínua de louvores e ações de graças. O gozo de Deus na salvação de pecadores e o Seu gozo na comunhão dos santos podem muito bem despertar a admiração dos homens e dos anjos por toda a eternidade.

A Diferença entre a Oferta de Manjares e o Sacrifício Pacífico

Havendo assim comparado o sacrifício pacífico com o holocausto, podemos, agora, observar rapidamente a sua relação com a oferta de manjares. Aqui o ponto principal de diferença é este: no sacrifício pacífico havia derramamento de sangue; na oferta de manjares não. Ambos eram ofertas de "cheiro suave"; e, como aprendemos no capítulo 7:12, as duas ofertas estavam intimamente ligadas entre si. Ora, tanto a relação como o contraste são cheios de significado e instrução.

É só em comunhão com Deus que a alma pode deleitar-se na contemplação da humanidade perfeita do Senhor Jesus Cristo. Deus o Espírito Santo deve dar assim como deve dirigir, pela Palavra, a visão mediante a qual podemos contemplar o "Homem Cristo Jesus". Ele podia ter sido revelado "em semelhança da carne do pecado"; podia ter vivido e laborado na terra; podia ter brilhado entre as trevas deste mundo, em todo o fulgor celestial e beleza inerente à Sua Pessoa; podia ter passado rapidamente, como astro brilhante, através do horizonte deste mundo; e durante todo o tempo ter permanecido fora do alcance da visão do pecador.

 

 

 

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