Perseverança e fé na oração
Jesus contou uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desanimar. Se observarmos atentamente, veremos que a parábola tem como personagens o juiz, a viúva e o adversário. Usando a tipologia bíblica, podemos considerar que o juiz é uma figura distorcida do Senhor: Jesus comparou o juiz iníquo a Deus; a mulher é uma figura da igreja e o adversário, uma figura de Satanás. Devemos atentar para o fato de que a parábola só tem sentido se houver o adversário; sem ele não há causa a ser julgada.
Essa parábola nos leva a considerar três aspectos da oração que não podem ser negligenciados. O primeiro aspecto é: quem ora? É a mulher, a igreja. O segundo: a quem é dirigida a oração? A Deus, o justo juiz de toda a terra. O terceiro, e que muitas vezes passa despercebido, é: contra quem oramos? Contra o nosso adversário, Satanás. Portanto, a igreja, a mulher, deve estar diante de Deus, o juiz, orando para que a causa daquela contra o ADVERSÁRIO seja julgada. O Senhor vai fazer justiça quando oramos como igreja.
Sendo assim, não podemos desconsiderar nosso adversário em nossas orações. Adversário é adversário. Se há inimigo, então existe guerra. Reside aí toda a base para a guerra espiritual. Nessa guerra não lutamos com armas carnais e sim espirituais, 2 Co 10.4. Devemos nos revestir de toda a armadura de Deus. Também não devemos ceder às tentações de Satanás. Pelo contrário, devemos resistir a ele, Tg 4.7. Somos chamados a detê-lo, fazê-lo recuar e derrotá-lo. Não podemos ser passivos nem mesmo complacentes nessa área.
Jesus disse que deveríamos ser persistentes, perseverantes. Se aquele juiz, que era injusto, julgou a causa da mulher, quanto mais o Senhor fará justiça aos seus escolhidos que a ele clamam continuamente? É certo que fará justiça, e depressa! Por isso devemos ser perseverantes quando oramos. Daniel teve a sua oração ouvida desde o primeiro momento, mas a resposta só veio 21 dias depois, Dn 12.12-14. Caso ele tivesse interrompido suas orações, a resposta não viria. Devemos orar até que a resposta venha. Por isso, Paulo afirmou: … perseverai na oração… Cl 4.2.
E, por que, muitas vezes, a resposta parece demorar? As razões podem ser; (a) resistência demoníaca; (b) partes separadas de situações complexas precisam se encaixar; (c) circunstâncias precisam ser ajustadas para trabalhar no coração de alguém; (d) remoção de coisas que estejam prejudicando nossa vida de oração; (e) um efeito cumulativo dessas razões.
Jesus, então, faz um questionamento: quando vier o filho do homem encontrará fé na terra? Precisamos ser um diferencial nos últimos dias. Precisamos ser uma igreja que ora a Deus com perseverança e fé.