O Evangelho não é uma mensagem alternativa; trata-se de uma questão de vida ou morte. Vida para os que recebem a Jesus como seu Salvador e morte aos que o rejeitam. A divulgação das boas novas de Cristo é tarefa de todos nós.
1- O Evangelho.
Essa palavra vem de duas palavras gregas, eu, advérbio, “bem”, e, angelia, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra euangelion quer dizer “boas novas, boas notícias, notícias alvissareiras”. É a mensagem de Cristo que salva o pecador (Jo 3.16). É o meio que Deus usa para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16; 1 Co 15.2). Só por meio do Evangelho é que o ser humano conhece a salvação na Pessoa de Jesus.
2- O único Salvador do mundo.
O Evangelho são as boas novas que falam do Reino de Deus, da salvação e do perdão dos pecados na Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. É o evangelho da graça de Deus (At 20.24). As Escrituras nos ensinam que todos os seres humanos são pecadores e precisam se reconciliar com Deus (Rm 3.23; 5.12).
Não existe um meio de salvação sem Jesus (At 4.12). Ele mesmo disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6) e também afirmou: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). A pregação do evangelho é uma necessidade imperiosa porque não existe salvação sem Jesus e o campo é o mundo e isso nos mostra a grande responsabilidade da evangelização local e mundial
3- Uma agência legítima.
O Senhor Jesus constituiu a igreja como única agência do Reino de Deus na terra encarregada de anunciar essas boas novas de salvação. É necessário, pois, a mobilização de toda a igreja para que essas metas sejam alcançadas. Cada crente dos dias apostólicos era um próspero ganhador de almas (At 8.4), devemos seguir o modelo. Jesus foi enviado ao mundo para suprir as nossas necessidades (Mt 11.28-30). Isso é feito mediante o Evangelho, devemos, portanto, agir como o apóstolo Paulo (Rm 1.16).
A extensão da obra expiatória de Cristo tem sido debate ao longo dos séculos, mas especialmente depois da Reforma Protestante. Não se pretende aqui fulanizar, pois o que nos importa é a compreensão do assunto à luz da Bíblia.
1- A nossa teologia.
Antes convém ressaltar que a nossa teologia é pentecostal e vem diretamente das Escrituras Sagradas, sem intermediação dos teólogos da Reforma Protestante. A teologia pentecostal, que nossos pais nos legaram, não teve nenhum teólogo ou reformador como intermediário. A CPAD vem publicando em vários volumes a coleção de todas as revistas da Escola Bíblica Dominical, publicadas desde 1930. Em nenhuma delas há citação de teólogos ou reformadores para ensinar, esclarecer, ilustrar ou embasar uma interpretação bíblica. A nossa teologia é original e estritamente bíblica. É um dos legados deixados por nossos pioneiros (2 Tm 3.14-17).
2- Por quem Jesus morreu?
Essa é uma pergunta interessante. Há muitas discussões teológicas sobre o tema, mas nos últimos tempos, os debates se concentram entre duas interpretações das Escrituras: expiação limitada e expiação ilimitada.
a) Expiação limitada.
Trata-se da ideia de que Jesus morreu apenas por um grupo restrito de pessoas escolhidas desde antes da fundação do mundo. Tal pensamento vem de uma visão teológica, a nosso ver, equivocada e baseada numa exegese ruim.
Como acontece numa interpretação forçada de 1 Timóteo 2.4, que afirma querer Deus “que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade”. Os teólogos defensores dessa teoria, então, concluem que se trata de “todos os homens crentes”. Rejeitamos essa linha de interpretação. Esse é um dos exemplos entre outras passagens bíblicas que eles interpretam de modo a ajustarem a sua teologia.
b) Expiação ilimitada.
Isso significa que o Senhor Jesus morreu por toda a humanidade. Esse ensino recebemos de nossos pais, os quais usaram a Bíblia como fundamento dessa doutrina. Jesus é o Salvador do mundo (Jo 4.42), “testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo” (1 Jo 4.14) e não somente de algumas pessoas. A expiação foi realizada em favor do mundo inteiro: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2). Por isso que Jesus mandou pregar no mundo inteiro e a toda criatura (v.16). É erro teológico afirmar que a expiação é limitada (Jo 3.16; Tt 2.11). Jesus morreu por todos os pecadores.
III - EVANGELIZAÇÃO LOCAL E TRANSCULTURAL
O Novo Testamento nos mostra que evangelismo e missões são tarefas precípuas da igreja. O livro de Atos destaca a obra missionária, registra as missões por todos os ângulos e mostra todas as possíveis atividades de um missionário. Atos ressalta ainda o poder do Espírito Santo, a obra da evangelização e as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
1- Evangelização.
É o ato de comunicar as boas novas de salvação a todas as pessoas por meio de palavras e ações. É o que Jesus fez (Mt 4.23) e nos mandou que fizéssemos também (vv.16,17). Isso significa testemunhar com ousadia a ressurreição de Jesus pelo poder do Espírito Santo (At 4.33), geralmente é uma ação acompanhada das obras sociais (At 2.42-47), essas coisas são características da autêntica igreja cristã.
A visão dos pentecostais clássicos, desde o avivamento da Rua Azusa, era evangelística e missionária. Até se pensava, a princípio, que o dom de línguas era para pregar aos pagãos ao redor do mundo. A xenolalia é isto, a habilidade de falar uma língua que o indivíduo não aprendeu. Mas logo esses pioneiros desistiram dessa ideia xenolálica missionária. Mas, eles continuaram a obra missionária mesmo sem xenolalia.
2- As missões.
O trabalho do missionário é a evangelização entre as pessoas de cultura diferente da nossa. A mensagem é a mesma, é necessário ajustar e adaptar estratégias conforme o costume de cada povo ou grupo étnico. Veja como Paulo introduz a sua pregação na sinagoga da Antioquia da Pisídia para se anunciar a Jesus (At 13.16,17,32) e compare com o discurso no Areópago em Atenas (At 17.22-31). O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas; sua mensagem, porém, é universal. No dia do triunfo de Cristo e da igreja, cada povo ou etnia se apresentará louvando a Deus na sua própria cultura (Ap 5.11-13). Por isso, o apóstolo Paulo disse que sendo livre se fez servo de todos, judeu para os judeus, sem lei para os sem lei (1 Co 9.19-22) para ganhá-los para Jesus
3- O desafio hoje.
Jesus disse: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Ele não disse que o campo é Jerusalém, nem a Judeia, nem Roma, nem minha cidade e a tua. Jesus não disse para primeiro pregar em Jerusalém, depois na Judeia, depois em Samaria e depois ser testemunha até “os confins da terra”, mas mandou pregar “tanto em Jerusalém como em toda Judeia, Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Isso fala de simultaneidade, do contrário, o Evangelho estaria ainda em Israel, confinado entre os judeus, pois Jesus mesmo disse: “porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
A Bíblia afirma que não existe salvação sem Jesus. Ele mesmo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Essas boas novas são o poder de Deus para salvação e libertação disponível a todos os povos. Mas há necessidade de alguém para levar essa mensagem de vida. Já faz quase dois mil anos que os cristãos vêm pregando esta mensagem e ela continua sendo cada dia uma mensagem nova.