1- Naamã, um comandante honrado.
Naamã era um ministro do alto escalão do governo da Síria, cuja capital era Damasco. A Síria havia atacado Israel várias vezes (1 Rs 11.25; 20.1,22; 22.31). Naamã era um comandante admirado e respeitado por todos devido às suas muitas vitórias em batalhas. Mas era leproso; e essa doença afetava sua integridade e o deixava vulnerável.
2- A escrava, uma testemunha de Deus.
Em uma de suas incursões de guerra contra Israel, Naamã fez uma menina de escrava (2 Rs 5.2). Esta passou a morar na sua casa e, vendo o sofrimento do seu senhor, sugeriu à esposa de Naamã que fosse falar com o profeta Eliseu (2 Rs 5.3). A escrava se tornou uma agente de Deus na casa de Naamã, ainda que na condição de serva. Não importa onde estejamos e nem as nossas condições, sempre haverá uma oportunidade para falarmos de Deus às pessoas.
3- A caravana de Naamã.
Naamã acreditou na palavra da escrava e foi até o seu rei a fim de lhe contar o que ela lhe dissera. O rei sírio preparou uma carta ao rei de Israel, recomendando a cura de seu comandante, bem como enviou presentes (2 Rs 5.5). O rei de Israel, ao saber do que se tratava a visita de Naamã, ficou atemorizado e rasgou as suas vestes, pois acreditava ser essa visita, um pretexto do rei sírio para atacá-lo (2 Rs 5.7).
1- Eliseu não se impressionou com a pompa.
Ao saber sobre o que estava acontecendo e o porquê de o rei de Israel ter rasgado as suas vestes, Eliseu disse: “Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.” (2 Rs 5.8b). Então o comandante Naamã foi até a casa de Eliseu. Porém, ele não o recebeu, mas mandou um mensageiro com as instruções do que ele haveria de fazer para ser curado (2 Rs 5.10).
2- A decepção e a cura de Naamã.
O comandante sírio esperava que o profeta o recebesse com honras e que lhe tocasse com as mãos, mas a ordem foi de mergulhar sete vezes no rio Jordão. A decepção de Naamã foi evidente (2 Rs 5.11,12). Foi preciso a intervenção de seus empregados para que a ordem fosse cumprida. Contrariado, o comandante mergulhou sete vezes no rio Jordão e sua pele ficou como a de uma criança; ele estava purificado de sua lepra (2 Rs 5.14).
3- Deus ainda opera milagres, e não misticismos.
O número sete, que Eliseu usou, representa a perfeição de Deus na simbologia hebraica. Entretanto, o episódio em 2 Reis 5 é o único que relata o uso desse número pelo profeta. Tal fato não nos dá o direito de usar uma forma de numerologia em nossos cultos ou campanhas intermináveis. Podemos e devemos invocar as bênçãos de Deus, pois esperamos o seu agir milagroso. Onde Ele age não é preciso numerologia ou superstição, pois o poder de Deus está acima de tudo isso. E mesmo que não haja um milagre visível, Ele está agindo, pois a fé é confiar nEle mesmo quando as coisas não acontecem do nosso jeito (Hb 11.13). Não por acaso, Jesus disse que “muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc 4.27).
1- A rejeição dos presentes.
Após a sua cura física e sentimental, Naamã estava disposto a voltar a Eliseu, a fim de lhe presentear (2 Rs 5.15). A Bíblia não deixa claro se esse presente foi o mesmo enviado pelo rei sírio anteriormente; pode ser que o primeiro presente tenha ficado com o rei de Israel. Porém se for o mesmo, a quantia era composta de trezentos e cinquenta quilos de prata, e uns setenta quilos de ouro, e dez mudas de roupas finas; um valor muito grande para ser rejeitado. Mas, mesmo assim, Eliseu rejeitou o presente (2 Rs 5.16).
2- Homens de Deus não se deixam vender.
A atitude de Eliseu ao recusar o presente de Naamã revela um comportamento de quem não vende a si mesmo ou as bênçãos de Deus (2 Rs 5.16). Tanto Elias quanto Eliseu eram honestos consigo mesmos e com Deus.
3- Por ganância Geazi é acometido da lepra.
Depois de visitar Eliseu, Naamã partiu para a Síria. Quando Naamã iniciava sua viagem, Geazi, cheio de ganância em seu coração, foi até ele e, mentindo, se apoderou dos presentes oferecidos a Eliseu (2 Rs 5.21-24). Tal atitude nos revela o caráter distorcido de Geazi. Visando o bem material ele mentiu ao comandante sírio, traiu Eliseu e desonrou a Deus. Por isso, o jovem foi acometido de lepra e saiu diante do profeta, “branco como a neve” (2 Rs 5.27).