I – A DESPEDIDA DE ELIAS
1- O ministério de Elias termina.
Elias realizou grandes feitos em seu ministério profético: foi vitorioso diante dos profetas de Baal e Aserá (1 Rs 18.40); foi ousado e perspicaz para repreender, aconselhar e direcionar os reis (1 Rs 17.1); foi alimentado de forma milagrosa por Deus em tempos de adversidades (1 Rs 19.4-6). No entanto, mesmo diante de tamanhas realizações, chegou a hora de o profeta encerrar sua missão na terra.
2- Um profeta com grandeza de alma.
Embora Elias seja considerado um dos maiores profetas do Antigo Testamento, a ponto de aparecer no monte da transfiguração ao lado de Jesus e Moisés (Mt 17.3), ele não proferiu nenhuma profecia de longo prazo e, provavelmente, não escreveu nenhum livro. Isso nos ensina que a grandeza de um profeta não é medida somente pelo tempo do cumprimento de suas profecias, mas, principalmente, pela integridade e grandeza de sua alma.
3- Gilgal, um lugar de boas recordações.
Elias estava em Gilgal quando iniciou os preparativos para o seu arrebatamento. Esse lugar foi cenário de grandes e marcantes acontecimentos: Em Gilgal foi estabelecido o memorial da travessia do Jordão realizada por Josué (Js 4.19,20); ali, também, os israelitas foram circuncidados (Js 5.1-9) e celebraram a primeira páscoa na Terra Prometida (Js 5.10). Foi em Gilgal que Elias tomou ciência do término do seu ministério profético.
II – O PEDIDO OUSADO DE ELISEU
1- A fidelidade de Eliseu.
Antes de Deus levar Elias “num redemoinho ao céu” (2 Rs 2.1b), ele mandou o profeta fazer uma viagem da cidade de Gilgal à Betel. Elias disse a Eliseu que ele não precisava ir, mas Eliseu respondeu: “Não te deixarei.” Durante a viagem, Elias disse duas vezes para Eliseu voltar, mas ele se recusou (2 Rs 2.1-6). Para Eliseu, era uma honra servir Elias porque esse era o trabalho que Deus lhe tinha dado para fazer.2
2- A porção dobrada.
Quando Elias percebeu que Eliseu realmente não o deixaria, em razão de sua lealdade e companheirismo, lhe deu o direito de pedir qualquer coisa que desejasse. Eliseu então disse: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9b). O que realmente Eliseu estava pedindo? Em Israel, duas partes de uma herança eram para o filho primogênito (Dt 21.15-17). Assim, Eliseu estava pedindo para ser herdeiro de Elias, ou seja, para ficar no lugar dele como profeta. Ele também pediu para ter o espírito ou atitude de Elias porque queria a mesma coragem e zelo pela verdadeira adoração (1 Rs 19.13,14).
3- Elias, a inspiração de Eliseu.
Para receber o que pediu, Eliseu não poderia retirar os olhos de Elias (2 Rs 2.10). Isso para ele não era difícil, pois tinha o profeta como sua fonte de inspiração e estava sempre atento a tudo o que Elias fazia. As melhores oportunidades para aprender e crescer ministerialmente acontecem quando podemos nos espelhar em alguém que realmente serve a Deus com amor e fidelidade.
III – ELISEU TOMA A CAPA DE ELIAS
1- A comunhão de Elias e Eliseu.
Enquanto Elias e Eliseu caminhavam juntos e conversavam, o que denota intimidade e comunhão entre os dois, Elias foi separado de Eliseu por um carro de fogo que o elevou num redemoinho (2 Rs 2.11). A amizade sincera e a comunhão na igreja, entre irmãos que se amam e se respeitam, sempre resulta em bênçãos extraordinárias para a obra de Deus.
2- A capa de Elias.
Elias deixou sua capa cair quando foi elevado ao céu. Essa capa foi herança que o profeta deixou para seu servo Eliseu (2 Rs 2.13). Ela legitimou o ministério dele publicamente, ao tocar nas águas do Jordão e dividi-las para uma e outra banda (2 Rs 2.14). Esse episódio foi visto pelos filhos dos profetas de Jericó que imediatamente reconheceram que a unção de Elias estava sobre Eliseu (2 Rs 2.15).