1- A origem da Bíblia. Pedro enfatiza que os escritos sagrados não têm sua origem nos homens, m as no próprio Deus (2 Pe 1.20,21). Paulo corrobora que a mensagem bíblica veio do alto (2 Tm 3.16). E também os apóstolos ensinam que a Bíblia foi escrita por homens, porém,
sob a inspiração e supervisão divina (1 Co 2.13,14; Ap 1.1). Portanto, as Escrituras são a revelação que Deus fez de si mesmo. Dessa maneira, por ter a sua origem em Deus, a Bíblia é portadora de autoridade, e, por isso, constitui-se em única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter do cristão. Nossa Declaração de Fé professa que a Bíblia Sagrada é a Palavra
de Deus, única revelação divinamente escrita, dada pelo Espírito Santo, para a humanidade.
2- Revelação Geral. Chama-se revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda a parte por meio da História, do Universo e da Natureza Humana.
a) Na História. Deus se revela pela sua soberania. Ele controla o curso dos acontecimentos, remove e estabelece governos e nada acontece fora de sua vontade (Dn 2.21; 4.25; Rm 11.22);
b) No Universo. Deus se manifesta pelo seu poder nas coisas criadas, o Céu, a Terra, o mar, e tudo quanto há neles (Sl 19.1-4; At 14.15-17; Rm 1.18-21);
c) No Ser Humano criado à imagem e semelhança divina (Gn 1.26,27). A natureza moral da humanidade, embora de maneira inadequada por causa do pecado, revela o caráter moral de Deus (Rm 2.11-15; Ef 4.24; Cl 3.10).
3- Revelação Especial. Se por um lado a revelação geral denuncia a culpa humana em rejeitar o conhecimento acerca de Deus (Rm 1.18-21), a revelação especial oferece redenção para os perdidos pecadores (Cl 1.9-14). Ela é o complemento da revelação que Deus fez de si mesmo na história, no universo e na humanidade (Rm 10 .11-17; Hb 1.1-3). Reconhecemos a revelação especial tanto no Verbo vivo, Jesus Cristo, quanto nas Escrituras Sagradas (Jo 1.1; 5.39). É por
meio da revelação contida nas Escrituras que conhecemos a Pessoa de Cristo: “ Estes [os sinais], porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).
1- Evidências Internas. A palavra “ autenticidade” tem origem no grego authentês como significado daquilo que é “ verdadeiro”. Quando aplicado às Escrituras, o termo indica a autoridade da Bíblia. Nesse sentido, a Bíblia autentica a si mesma (2 Tm 3.16). Dentre as evidências internas, destacam -se:
a) Unidade e consistência: No período aproximado de 1.600 anos, a Bíblia foi escrita em dois idiomas principais e um dialeto, por cerca de quarenta pessoas de diferentes classes sociais, em lugares e circunstâncias distintas que abordaram centenas de tem as. Apesar de todas essas implicações, o conteúdo bíblico é consistente e os seus escritos se harmonizam formando um todo sem qualquer contradição (Sl 18.30; 33 -4 )
b) Ação do Espírito Santo: Por meio da leitura da Bíblia é possível ouvir a voz de Deus agindo como um a espada que “ penetra até à divisão da alma e do espírito” (Hb 4.12). Como os discípulos no caminho de Emaús, aquele que aceita a mensagem da Palavra experimenta a
chama do Espírito arder no coração e passa a compreender o plano da salvação (Lc 24.31,32).
c) Profecias de Eventos Futuros. A exatidão no cumprimento das profecias com prova a veracidade das Escrituras. As suas profecias foram anunciadas muito séculos antes dos eventos acontecerem com clareza e precisão. Entre tantos eventos, citam os o nascimento virginal de Cristo (Is 7.14; Mt 1.23); sua morte na cruz (Sl 22.16; Jo 1936); o local da sua sepultura (Is 53.9; Mt 27.57-60); e sua ressurreição (Sl 16.10; Mt 28.6).
2- Evidências externas. Compreende-se como evidências externas aquelas em que os acontecimentos narrados nas Escrituras são também ratificados por outras fontes históricas. Por vezes, essas com provações se identificam e se fundem aos conceitos de Inerrância, isto é, que a Bíblia não contém erros. Nessa direção, tanto o registro da história das nações, as descobertas arqueológicas e os pressupostos da ciência apontam para a autenticidade da Palavra de Deus. E, a despeito de ser contestada por ateus e incrédulos, a Bíblia permanece como o livro mais traduzido e lido de toda a história (cf. Mc 13.31).
1- A Supremacia da Bíblia . A expressão latina Sola Scriptura confirma que som ente a Bíblia é regra infalível e autoridade final em matéria de fé e prática. Nossa Declaração de Fé professa
que a Bíblia fornece o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com Deus e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitam os de uma nova revelação extraordinária para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual. Significa que todas as doutrinas necessárias para a salvação já nos foram transmitidas pelas Escrituras e que nenhum a tradição humana pode acrescer ou retirar coisa algum a (Ap 22.18,19). Assim, ratifica-se que a Bíblia é a fonte final de autoridade.
2- O poder da Palavra de Deus. O seu poder se assemelha ao fogo que consome e purifica, bem como um martelo que despedaça a penha (Jr 23.29). As qualidades de fogo e martelo indicam que nada pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus (Is 55.11; Jr 5.14)- O seu
poder também é capaz de derrubar fortalezas espirituais que fazem oposição ao conhecimento divino (2 Co 10.4,5). A Palavra de Deus tem poder, tal qual uma espada, para penetrar no mais íntimo do ser hum ano e julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Quando tentado no deserto, O próprio Cristo derrotou Satanás usando o poder da Palavra. Ele venceu as sugestões do Diabo ao fazer citações das Escrituras (Mt 4. 4,7,10).
3- O propósito da Bíblia. Nossa Declaração de Fé ensina que “ a Bíblia é a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo” (Jo 16.8; 1 Jo 1.1-4). Nela também se
encontram revelados os códigos morais para a sociedade. Ratifica-se que a moral bíblica não se relativiza, pois seus valores são absolutos (Ap 22.18,19). Nessa compreensão, a Bíblia é a revelação de Deus e de sua vontade à humanidade. Dessa forma, o compromisso inegociável da Igreja deve ser de fidelidade e propagação da mensagem bíblica para a salvação e libertação dos pecadores (1 Tm 1.15).