I – A BÍBLIA É A PALAVRA VIVA DE DEUS
1- A Palavra de Deus é viva e eficaz.
Os israelitas não entraram em Canaã por negligenciar a Palavra de Deus (Hb 4.6). O autor aos Hebreus faz um alerta para os cristãos não cometerem o mesmo erro (Hb 4.11). Nesse propósito, ele lembra que a “palavra de Deus é viva” (Hb 4.12a), pois o Deus da Palavra é um “Deus vivo” (Hb 3.12; 9.14; 10.31; 12.22). Portanto, ela deve ser obedecida a fim de evitar o juízo e a morte (Dt 32.46,47). Não se trata de ensino obsoleto, ao contrário, a Palavra de Deus vive e permanece viva porque o Altíssimo vive desde a eternidade (1 Pe 1.23). Por essas razões, a Palavra é igualmente eficaz, isto é, opera a vontade de Deus, jamais volta vazia e sempre realiza o seu propósito (Is 55.11).
2- A Palavra de Deus é espada penetrante.
O texto sagrado descreve as Escrituras como “mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4.12b). O uso figurado da espada de dois gumes simboliza que a Palavra de Deus é tão bem afiada, que nada existe que ela não possa transpassar. Nenhuma resistência humana consegue impedir a ação da espada do Espírito (Ef 6.17). Assim, a Palavra “penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas” (Hb 4.12c). Significa que ela atinge o âmago de nosso interior, examina os segredos obscuros e revela o nosso verdadeiro caráter; ainda expõe os desejos de nossa alma e os conflitos entre o nosso espírito e a carne (Gl 5.17).
3- A Palavra de Deus é apta para discernir.
A mensagem bíblica também “é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12d). Nada está imune ao discernimento da Palavra de Deus. Até os nossos pensamentos mais íntimos e as nossas motivações mais espúrias são desvendadas. Os pecados escondidos são revelados, a hipocrisia e a rebeldia são desmascaradas. Coisa alguma pode ser escondida de Deus, toda a verdade é exposta “aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hb 4.13). Portanto, se o nosso coração se render à Palavra, seremos salvos (Rm 10.9,10). Porém, se o endurecermos tal qual os israelitas no deserto, a Palavra nos julgará, e por fim nos condenará (Hb 3.12,13).
II – A BÍBLIA ANULA OS CONSELHOS DO MUNDO
1- As armas da nossa milícia.
Paulo esclarece aos Coríntios que “as armas da nossa milícia não são carnais” (2 Co 10.4a). Isso porque a nossa luta é de ordem espiritual (Ef 6.12). Portanto, não usamos os métodos humanos, tais como, subterfúgios, conchavos, ameaças, calúnias e/ou difamações. Nosso poderio de ataque não é carnal. Nossas armas são poderosas em Deus (2 Co 10.4b). O conselho bíblico é tomar toda a armadura de Deus: a verdade, a justiça, o Evangelho, a fé, a salvação, a espada do Espírito e a oração perseverante (Ef 6.13-18).
2- A destruição das fortalezas.
A Bíblia afirma que o mundo jaz no Maligno (1 Jo 5.19). O líder das forças do mal é o Diabo (1 Pe 5.8). Por meio do espírito do erro, ele trabalha contra o Reino de Deus (2 Ts 2.4). Para tanto, se opõe aos valores cristãos, dissemina o ódio, o desrespeito à vida, a corrupção, e a imoralidade, dentre outros males (2 Ts 2.9-11). Contudo, o poder de Deus é capaz de destruir todas as fortalezas do Diabo (2 Co 10.4c). A Palavra de Deus anula o mal com graça e poder e liberta as almas da prisão espiritual (Jd 1.21-23).
3- A destruição dos falsos argumentos.
A Escritura diz que o poder de Deus também “destrói os conselhos” (2 Co 10.5a). A Bíblia na versão Nova Almeida Atualizada traduz como “raciocínios falaciosos”. São premissas falsas usadas para afastar as pessoas da verdade. Se aplica às ideologias anticristãs, entre elas, o ateísmo, o relativismo, o secularismo, o marxismo e as heresias que contradizem a mensagem da cruz. O método cristão para anular esses sofismas é a persuasão por meio da verdade da Palavra de Deus (Jo 8.32).
4- A destruição de toda a altivez.
O poder do Altíssimo, igualmente, aniquila “toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus” (2 Co 10.5b). Altivez se refere a toda conduta que serve de oposição para a fé em Deus (2 Tm 3.8). Aqui está incluso, entre outros, a rebeldia, o orgulho, a jactância e as demais vaidades humanas. Satanás é quem atua na mente das pessoas e as mantém afastadas de Deus (2 Co 4.2-4). Porém, pela pregação da Palavra de Deus, o sistema soberbo do mundo é subjugado aos ensinos de Cristo (2 Co 10.5c).
III – A BÍBLIA NOS TORNA HUMILDES
1- Deus aborrece a soberba.
A Escritura declara que “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6). Isso indica que Deus abomina os arrogantes que confiam na sabedoria mundana e rejeitam os preceitos divinos. Por isso, Tiago exorta: “sujeitai-vos, pois, a Deus” (Tg 4.7); e ainda, “humilhai-vos perante o Senhor” (Tg 4.10). As expressões “sujeitar-se” e “humilhar-se” querem dizer obedecer ao Todo-Poderoso. Quando nos achegamos a Deus, Ele se achega a nós (Tg 4.8). Ele nos liberta da sabedoria “terrena, animal e diabólica” (Tg 3.15) e nos agracia com a verdadeira “sabedoria que vem do alto” (Tg 3.17). Em vista disso, a bênção plena de Deus é concedida aos humildes que são transformados pela Palavra do Altíssimo (Tg 1.21,22).
2- Cristo é nosso exemplo de humildade.
A Bíblia registra que Cristo “não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7). Ele deixou a sua glória (Jo 17.5), humilhou-se para submeter-se à vontade do Pai, e foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2.8). Cristo novamente agiu com humildade ao lavar os pés dos apóstolos (Jo 13.14). Na ocasião, Ele disse que devemos aplicar esse mesmo princípio em nosso viver (Jo 13.15). Esse é o padrão de conduta para os cristãos (Fp 2.5). Desse modo, quem é verdadeiramente sábio obedece a Palavra e imita os passos de Jesus (1 Pe 2.21).
3- A humildade é uma virtude cristã.
Cristo ensinou que para entrar no Reino dos Céus a pessoa tem de se portar com humildade (Mt 18.4). Assim, somente a genuína conversão é capaz de modificar a nossa forma pecaminosa de viver (1 Co 6.9-11). Nessa direção, Paulo faz um apelo para que os salvos andem “como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1), e enfatiza a necessidade da prática da humildade (Ef 4.2). Ser humilde significa comportar-se com modéstia e reconhecer as próprias fraquezas (Jo 15.5). Todavia, ninguém recebe virtude alguma se não for transformado pelo Espírito Santo (Gl 5.16), ou seja, quer dizer que uma pessoa que não foi purificada pela Palavra de Deus, não pode ser verdadeiramente humilde (Ef 5.26,27).
O Altíssimo não tolera a soberba humana nem a rejeição à revelação divina. Os israelitas que se rebelaram contra ela sucumbiram no deserto. A Palavra de Deus examina os segredos humanos e desfaz todos os conselhos mundanos. Os humildes que se sujeitam a Deus e à sua Palavra são transformados e agraciados com a plenitude das bênçãos divinas.