Os Valores do Reino de Deus

Lição 3

Jesus, o discípulo e a lei

Qual é a relação entre Jesus e a Lei? E o que Ele deseja que seus discípulos aprendam acerca dessa relação. Basicamente, esta lição tem como propósito mostrar que a relação de Jesus com a Lei apenas nos mostra que a nossa justiça é elevada.

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1- JESUS CUMPRIU TODA A LEI

1- Um compromisso com o passado. Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas. A expressão “não pensem” revela exatamente isso (Mt 5.17 – NAA). Ora, Jesus sabia que o ensino da antiga dispensação era valioso, verdadeiro, bom e belo. Ele jamais ousara ser um revolucionário, portador de um espírito destrutivo , como o apóstolo Paulo também não (cf. Rm 3.31). Assim, aprendemos, com Jesus, que não é possível construir um futuro bom se não preservarmos as coisas boas que os antigos nos legaram.

2- Jesus não veio destruir a Lei. Para muitos opositores, Jesus era um agitador, revolucionário, destruidor da tradição recebida (Jo 5.15). Por isso, nosso Senhor foi alvo de falsas acusações pelos seus críticos (Mt 26.59-61). Entretanto, os Evangelhos deixam claro que Jesus ensinou sobre a justiça conforme o que Moisés, a Lei e os profetas ensinaram. No lugar de enfraquecer a Lei, Ele devolvia o verdadeiro sentido dela, já abandonado pelos mestres judeus (Mt 8.4; Mc 7.10; Lc 16.31; Jo 5.46 ). Jesus enfatizou o sentido perfeito da Lei (Mc 7.5-13). Ele mesmo, a continuação da revelação divina, mostrava que essa revelação é progressiva para a perfeição , não retrógrada nem estática. Nesse sentido, a fé e o ensino da Palavra de Deus devem nos levar ao verdadeiro crescimento espiritual, com o bem ensinou o salmista (SI 1.2,3; 119.1,97 ).

3- Jesus cumpriu e aperfeiçoou a lei. O verbo “Cumprir” (Mt 5.17), do grego plêroô, traz a ideia de tornar cheio, completar, encher até o máximo fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente. Assim , a perspectiva pela qual Jesus cumpriu a Lei é que Ele lhe deu perfeição, conforme nos revela essa expressão: “ […] foi dito aos antigos: […] Eu, porém , vos digo” (Mt 5.21,22). Ora, em momento algum Jesus conflitou com as Escrituras do Antigo Testamento, mas as harmonizou plenamente. Por isso, diferentemente dos escribas e fariseus, que usavam da Lei para abusar do povo (Mt 23.4; Lc 11.4 6 ), o Senhor Jesus a aperfeiçoou (Mt 5.19). O que era visto com a sombra cedeu espaço para a realidade do pleno cumprimento profético (Lc 4.16 -21). Em Jesus, o que era visto por meio do Decálogo e dos profetas, concretizou-se fielmente em em nosso Senhor, conforme nos revela o escritor aos Hebreus (Hb 1.1-3).

II- A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO

1- O que a expressão “letra da Lei” significa? De acordo com as cartas de Paulo, a expressão “letra da Lei” diz respeito ao Antigo Concerto. Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revelam o pecado e levam à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25. Em suma, dominado pela fraqueza da carne e sem força, o homem seria levado à morte diante da letra da Lei. A função da Lei é mostrar a malignidade do pecado e a impossibilidade do homem em salvar-se. Nesse sentido, ela serviu com o paidagôgos (do grego), isto é, um pedagogo, um guia, que nos levou a Cristo (Gl 2 4 ). Um exemplo que revela essa função é a relevância dos profetas do Antigo Testamento para despertar o povo ao verdadeiro arrependimento diante de Deus. Entretanto, o judaísmo transformou a “letra da Lei” em um sistema de normas frias e sem vida.

2- A perspectiva teológica da Lei. Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial e judicial. A Lei Moral envolve os Dez Mandamentos (Êx 20.1-17); a cerimonial refere-se à adoração do povo de Deus no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo (Êx 25.1-31.17); a judicial tem a ver com diversas responsabilidades civis (individuais e sociais) (Êx 21.1-23.19). Pelo sistema da antiga Lei, havia um falso entendimento de que o homem poderia viver de maneira justa segundo o seu próprio mérito e que, por isso, seria possível salvar-se. Ora, o apóstolo Paulo refutou sabiamente esse falso entendimento (G1 2.16; T t 3.5). Em suas cartas, o apóstolo deixou bem claro que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei e que, por isso, pôs fim ao Sistema de Lei Mosaico, de modo que Ele oferece um novo e vivo caminho para se chegar a Deus (Jo 14.6; Hb 10.19,20), uma nova aliança que concede justificação e paz ao salvo (Rm 5.1).

3- A Lei e a verdade do Espírito. Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente à Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias. A causa dessa realidade perfeita é a morte substitutiva de Jesus e, por isso, hoje, os cristãos são declarados justos pelo mérito da obra de Cristo (Rm 3.21-26; 10.4). Em conformidade com esse evento salvífico, o apóstolo Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica (2 Co 3.6). Isso mostra que o Novo Concerto revelou-se na pessoa de Jesus, que gera vida, e não mais na letra pesada da Lei, que gera morte (Rm 6.23). Ou seja, de um código exterior de normas para um código interior e dinamizado na vida pelo Espírito; de palavras registradas em tábuas de pedra para palavras cravadas no coração. O Espírito Santo traz vida em Cristo e grava a vontade de Deus em nossa consciência e coração (Rm 8.2; 1 Co 15.45 ; 1Tm 1.5).

4- Qual é o propósito da Lei para os discípulos de Cristo ? Vimos que Jesus cumpriu toda a Lei. Nesse sentido, cabe perguntar: há propósito da Lei para os cristãos? O apóstolo Paulo responde essa questão mostrando que a Lei é santa (Rm 7.12), está estabelecida (Rm 3.31), se cumpre no amor (Rm 13.8-10; Gl 5.14 ) e opera atualmente por meio do Espírito Santo, que dinamiza a vida interior do cristão (Rm 8.2,9; Gl 5.6,25). Portanto, é Jesus Cristo quem impacta, aperfeiçoa e, por meio do Santo Espírito, implanta no interior do crente o verdadeiro sentido da Lei (Gl 4.3-7).

III- A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS

1- Quem é grande no Reino de Deus? Mateus 5.18,19 mostra que são considerados ‘‘grande no Reino de Deus” os que se acham fiéis e cumpridores de toda a lei de Cristo. Consequentemente, são rebaixados à condição de menores os que negligenciam, removem, separam, violam o menor dos mandamentos de Deus e não atentam para a sua instrução , quer por omissão, quer por transgressão. Assim, como discípulos de Cristo e cidadãos do Reino de Deus, devemos cumprir e ensinar a lei divina a partir do poder do Espírito Santo que transforma, aperfeiçoa e concede-nos graça e verdade (Jo 1.16,17).

2- A Justiça do reino de Deus. A compreensão da justiça do Antigo Testamento, baseada no binômio lei-obra, gerou orgulho pessoal e confiança nas próprias ações dos judeus para justificarem a si mesmos. No Novo Testamento, há exemplos a esse respeito: o jovem rico que agiu assim para atingir o supremo bem (Mt 19 .16 -26 ); o fariseu que, por meio de sua justiça própria, achava-se melhor que o publicano (Lc 18.9-17); o sacerdote e o levita que, firmados numa justiça própria, não atentaram para a aflição do próximo (Lc 10.25-37). Mas Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista. Por isso, a justiça exigida pelo Senhor Jesus aos seus discípulos é superior à dos escribas e fariseus. É uma justiça mais sublime, elevada e interior. Essa justiça só pode ser obtida mediante a fé, nos permitindo viver de maneira justa e piedosa (Rm 3.21,22; Rm 8.2-5) e, assim, entrar no Reino de Deus.

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