O Verdadeiro Pentecostalismo

Lição 6

Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito

O Deus santo nos separou, nos tomou para Ele. Não há outra opção, não podemos dividir sua glória, pois Ele não a dá a outrem.

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INTRODUÇÃO

Deus é absolutamente santo; Sua santidade é infinita e inigualável; Ele é santo em si mesmo, em sua essência e natureza (Ap 15.4). Sua vontade é que os crentes reflitam esse caráter de santificação no seu modo de vida. Vamos estudar, então, o que é ser santo e a necessidade de se ter uma vida santa.

PONTO CENTRAL

É preciso ter uma vida santa, estar comprometido com a ética do Espírito.

I – A SANTIFICAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

A santidade de Deus se originou nele mesmo; ela é a plenitude gloriosa de sua excelência moral. Essa verdade é revelada desde o . Deus exige santidade de seu povo porque Ele é santo. Os antigos hebreus levavam a santidade a sério.

  1. A santificação. A ideia predominante de santificação ou santidade no Antigo Testamento é de separação tanto de pessoas como de lugares e coisas para o serviço sagrado. Separar daquilo que é comum ou imundo: “para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Lv 10.10).

O profano é alguém que se mostra indiferente no que diz respeito ao sagrado (Ez 22.26). O verbo hebraico qadash, “ser santo, ser santificado, santificar, ser posto à parte”, é o mais usado no Antigo Testamento, aparece 830 vezes, incluindo os seus derivados, e cuja ideia central é separar do uso comum para o serviço de Deus, consagrar (1 Sm 7.1)

2. A consagração. O termo “consagrar” significa investidura de funções sagradas, em outras palavras, é dedicar-se ao serviço de Deus, e isso pode ser pessoas, coisas ou possessões (Lv 27.28,29). Consagração e santificação são termos distintos, mas podem significar a mesma coisa dependendo do contexto: “que façam vestes a Arão para santificá-lo” (Êx 28.3) ou: “que façam vestes para Arão para consagrá-lo” (Nova Almeida Atualizada).

O verbo hebraico para “consagrar” é o mesmo para “santificar, ser santo”. Trata-se de uma exigência justa e necessária para os sacerdotes levitas (Êx 30.30) e para o tabernáculo com todos os seus utensílios, pois se baseiam na santidade de um Deus santo: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.3).

3. A purificação. O termo tahor, “puro, limpo”, derivado do verbo taher, “ser limpo, puro”, e qadosh, “santo”, do verbo qadash, pertencem ao mesmo campo semântico. Ambos se aplicam à santidade de Deus (Is 6.3; Hc 1.13) como também às pessoas que se aproximam dele e se purificam de toda sorte de pecado e idolatria (Sl 51.10; Ez 36.25).

O termo grego equivalente a taher na Septuaginta é katharizo, “tornar limpo, limpar, purificar” e a qadash é hagiazo, “santificar, consagrar”. O adjetivo hagíos, “santo”, traduz 20 palavras hebraicas do Antigo Testamento como qadash, qadosh, qodesh, entre outras. São termos frequentes e importantes no Novo Testamento.

II – A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

Santificação, santidade e seus cognatos são termos comuns ao Antigo e ao Novo Testamento e trazem o mesmo conceito. Na nova aliança, santificação é a semelhança do caráter de Cristo e o efeito real da salvação na vida cristã.

  1. Uma obra da Trindade. O Novo Testamento torna explícito o que antes estava implícito no Antigo, e isso diz respeito também à obra salvífica do Deus trino. A fé cristã confessa a existência de um único Deus, que subsiste eternamente em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e majestade (Mt 28.19).

De modo que a obra da santificação, um atributo divino, é realizada pela unidade na trindade como pela trindade na unidade (1 Co 6.11; 1 Ts 5.23; 2 Ts 2.13). São as três Pessoas atuando na obra da redenção (1 Pe 1.2).

2. Natureza da santificação. Não há no Novo Testamento ritual de purificação cerimonial ou legal de santificação, diferentemente da realidade do sistema mosaico. A santificação pode ocorrer de maneira instantânea, isso quando o pecador recebe a salvação em Jesus pela fé (1 Co 1.30).

Ela é chamada teologicamente de santificação posicional referente à mudança da posição de pecador para santificado (1 Co 1.2). Isso é obra do Espírito Santo que passa a habitar no interior do crente (1 Co 3.16; 2 Tm 1.14).

3. Uma necessidade. A nova vida em Cristo é o novo nascimento (Jo 3.3). Ao nascer, a criança continua o seu crescimento físico e mental, e isso se aplica também à vida espiritual (Hb 5.12,13; 1 Pe 2.2). Apesar de a santificação ser instantânea, ela é ao mesmo tempo progressiva (Pv 4.18; 2 Co 3.18). A salvação em Cristo é acompanhada da santificação, e seu agente ativo é o Espírito Santo. A vida cristã é uma carreira (Gl 5.7; Fp 3.13,14).

Assim, é a santificação progressiva que nos torna mais semelhantes a Cristo. Não se trata de um tema secundário, pois sem ela “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

III – A SANTIFICAÇÃO APLICADA AO CRENTEO

Espírito Santo é a fonte de santidade, e o Senhor, o seu padrão. Todos os crentes desejam se parecer com Jesus e viver de maneira a agradar a Deus. A santificação do crente é obra do Deus trino.

1. A comunidade de Jesus. As epístolas do Novo Testamento visam fortalecer as igrejas e exortá-las à uma vida santa diante de Deus e da sociedade. O texto (1 Pe 1.13-16) não é diferente. O status de Israel como propriedade peculiar de Deus, “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.6), é revigorado na igreja (1 Pe 2.9). O ensino petrino mostra que o estilo de vida dos crentes revela o caráter de Cristo. Aqueles irmãos que vieram do paganismo são agora norteados pelo Espírito Santo, que vive neles e, por isso, renunciaram às práticas dos gentios.

2. Uma vida santificada. Somos santificados pela Palavra (Jo 17.17), pelo sangue (Hb 9.12) e pelo Espírito (1 Pe 1.2). Podemos afirmar com Donald Gee que a “santificação é a semelhança do caráter de Cristo; é o efeito real da salvação através do qual a própria vida de Cristo permanece para sempre na vida e no caráter do crente”. Isto está muito longe de violência doméstica, mentiras, palavrões, intrigas e mexericos.

Uma vida de santidade e cheia do Espírito mantém distância dessas coisas: “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9). Deus é santo e por isso exige santidade de seu povo: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (vv. 15,16).

3. O que é ética? A ética é o estudo da conduta. O termo vem da palavra grega ēthos, “hábito, costume”, que aparece somente uma vez no Novo Testamento, no plural, em um provérbio popular usado pelo apóstolo Paulo: “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). A ética cristã é um estudo sistemático sobre os princípios e as práticas do que é certo e errado à luz das Escrituras Sagradas.

Trata-se da parte da teologia que estuda o padrão de conduta conforme a vontade de Deus (Rm 12.1,2). O fruto do Espírito tem implicações éticas, e tal prática precisa ser treinada e se tornar hábito. Isso agrada a Deus e as pessoas, e por meio de nossa conduta até os incrédulos glorificam a Deus (Mt 5.16).

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