O que a Biblia diz sobre a doação de orgãos
Jesus Cristo o maior doador de órgãos, nada mais é do que um
enfrentamento, diante das necessidades de muitas pessoas em relação ao dilema!
Tudo vai bem e de repente, você se encontra em uma fila, aguardando um "doador"
compatível, para que possa ter uma chance de viver com qualidade de vida! Já
pensou nisso? Quanta custa um rim? Eu diria que todo o dinheiro do mundo não
paga! Alguns o oferece em um "mercado negro' por todo preço inimaginável,
pois é! Existe mundo lá fora! Digo isso porque muitas pessoas fantasiam essa
situação, ignorando a necessidade dos seres humanos, que convivem com tal
deficiência.
O transplante de órgãos e tecidos visa a garantir a
dignidade da pessoa humana mitigada pelo surgimento de certas doenças.
A indisponibilidade
do corpo humano e da integridade física da pessoa torna a doação de órgãos e de
partes do corpo exceção a regra.
A doação de órgãos e de partes do corpo é tema de grande
importância em razão do seu alcance social. A União Européia, preocupada com a
escassez de órgãos, criou uma série de medidas para seus países membros,
visando, inclusive, a conscientizar os cidadãos da importância da doação.
A informação é de extrema relevância. O Brasil, preocupado
com a falta de doadores, tentou por meio da Lei n. 9.434/97 impor a doação
presumida – as pessoas que não quisessem ser doadoras deveriam manifestar isso
em vida – obtendo como resultado o contrário no BRASIL. Lei nº 9.434, de 4 de
fevereiro de 1997.
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo
humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.
Doação de órgãos e partes do corpo 147 do esperado: menos
doadores em virtude do medo e da falta de informação. Foi necessário alterar o
artigo 4º da citada Lei e acabar com a doação presumida, restabelecendo o
modelo do consentimento.
No Brasil é expressamente proibido o lucro pela doação seja
de sêmen, sangue, óvulo ou órgãos, para justamente evitar que pessoas arrisquem
sua vida ganhando dinheiro a custa da fragilidade alheia ou que escondam
informações importantes de seu histórico médico com receio de serem recusados.
Por outro giro, ao mesmo tempo em que a evolução da ciência
médica tornou possível o congelamento de sêmen e óvulo, trouxe questões
importantes a serem respondidas a respeito do comportamento ético e moral do
ser humano no tocante a manipulação genética.
Ø Argumentação contrária à doação de sangue.
Existem determinados grupos religiosos que se baseiam em
Levítico 17.14 e Atos 15.28, que proíbem de comer sangue de animais, entendendo
que recebê-lo, mesmo que por via endovenosa, equivale a ingeri-lo.
Evangélicos entendem
que o homem não deve comer, ou seja, se alimentar, com o sangue dos animais.
Por isso, apenas animais que foram abatidos por sufocamento, cujo sangue
permanece na carne, não devem ser ingeridos. Os textos em questão não fazem
qualquer menção a cirurgias ou transfusões, ainda mais porque tais
procedimentos não eram conhecidos nos tempos bíblicos.
Creio que para se salvar uma vida tudo deve ser feito e sem
questionamentos desnecessários devido à urgência, tomando-se o devido cuidado,
pois alimentação é uma coisa, vida humana é outra bem mais importante; então
entre a vida e a morte devemos escolher salvar a vida.
Todo brasileiro que
não declarar em sua carteira de identidade que não quer ser doador passa a ser
um doador automaticamente sem precisar de autorização de quem quer que seja,
segundo a lei 9.434 de 04/02/1997.
A doação de órgãos é um procedimento médico moderno que não
é especificamente mencionado na Bíblia.
Algumas pessoas se opõem a ele
simplesmente porque é “novo” e “diferente”, mas esta não é a base correta para julgar a questão. Deus deu
ao homem a capacidade de pensar e inventar (Gn 4:20-22), e nunca condenou o
progresso tecnológico em si.
ØO que é transplante?
É um procedimento
cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim,
pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas…) de uma pessoa
doente (RECEPTOR) por outro órgão ou tecido normal de um DOADOR, vivo ou morto.
O transplante é um tratamento que pode salvar e/ou melhorar a qualidade de vida
de muitas pessoas.
ØQuem pode e quem não
pode ser doador?
A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o
diagnóstico que levou à morte clínica e tipo sangüíneo são itens estudados do
provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição
absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças
infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão.
As discussões religiosas sobre doação de órgãos humanos para
transplante dependem bastante de cada grupo religioso. Daí, poderíamos
discutir, sobre o que pensam os cristãos católicos, os cristãos evangélicos, os
espíritas, os budistas e outros.
O homem pode usar sua capacidade imaginativa para o mal.
Quando o faz, é condenado por Deus (Gn 6:5).
Mas ele também pode usar esta capacidade para o bem, como pode ser
claramente visto em muitos modos de transporte que podem ser usados para
espalhar o evangelho, sejam barcos ou carros da era do Novo Testamento, quer
bicicletas, automóveis e aviões de nosso tempo.
Desde que e Bíblia não fala especificamente da doação de
órgãos, precisamos aplicar os princípios que o Senhor ensina para julgar este
método moderno de salvar vidas. Doar para o benefício de outros é sempre bom
(At 20:35). Arriscar ou mesmo sacrificar a própria vida para salvar outra é
visto como o mais elevado ato de amor (Jo 15:13)
A doação de órgãos é um ato de dar que raramente envolve
risco para o doador, mas que pode servir para beneficiar grandemente o
receptor. Em raros casos, uma pessoa viva pode ser chamada a doar um de um par
de órgãos, ou tecido parcial de um órgão sadio para salvar a vida de um parente
próximo. Se a doação do próprio braço direito ou o rim direito salvar a vida de
seu filho, qual o pai amoroso que se recusaria? A forma da doação que é mais
comum é usar o órgão de uma pessoa falecida para salvar ou melhorar a vida de
uma pessoa viva.
Um acidente de carro pode tirar a vida de um homem saudável
cujo coração, fígado e outros órgãos podem ser usados para salvar vidas de
outros. A decisão, enquanto vivo e saudável, de permitir tal doação é um ato de
bondade e amor que beneficia um receptor desconhecido.
O órgão que já não
serve mais para a pessoa morta pode permitir a uma jovem mãe cuidar de seus
próprios filhos, ou a uma criancinha chegar à idade adulta. Se, no fim de minha
vida, meu coração puder bater em outro eito ou meus olhos puderem permitir a
outro ver, que essa abençoada pessoa agradeça a Deus que deu ao homem a
inteligência para desenvolver novos meios de salvar vidas.
A Bíblia nos diz que o sangue é vida, e que JESUS deu a sua
VIDA por nós.Está escrito em JOÃO-15:13 (ninguém tem maior amor do que este:de
dar alguém a sua vida pelos amigos).Sei que a bíblia não fala sobre órgãos,mas,
se houvesse a necessidade de JESUS entregar um dos seus órgãos para nos salvar,
acha que ele não entregaria? Saiba o seguinte: é a nossa alma que tem que
prestar contas à DEUS. O nosso corpo volta pro pó. Como está escrito: ( AO
HOMEM ESTÁ ORDENADO MORRER EM UMA VEZ VINDO DEPOIS DISSO O JUÍZO) Hebreus 9:27.
As idéias das Testemunhas de Jeová que tentam associar doação
de sangue à proibição bíblica que proíbe beber sangue é pura bobagem. Ninguém
bebe o sangue quando recebe uma transfusão. Aparentemente os membros dessa
religião podem aceitar transplantes desde que a cirurgia seja sem transfusão.
Oras, já viu algum órgão sem sangue? O fígado é praticamente uma esponja
embebida de sangue. A proibição bíblia foi no sentido de se beber sangue de
animais, prática comum entre povos pagãos, por isso não é correto para o
cristão comer alguns alimentos em cuja preparação é usado o sangue.
Boa parte de nosso corpo está sendo “doada” o tempo todo,
consumida por bactérias outros microorganismos. Nossa pele está sendo comida o
tempo todo por milhões de ácaros. Nossos cabelos vão ficando por aí, nossas
unhas também, e pele então, nem precisa falar. Cada célula de nosso corpo vai
sendo substituída ao longo da vida por outra nova e, no fim, acabamos servindo
de antepasto para os vermes. Acho que se, antes disso, usarmos nosso corpo para
beneficiar alguém, estaríamos agindo conforme o sentido do amor ensinado pelo
Senhor.
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é
necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que
disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” Atos 20:35
A preocupação com a ressurreição faz com que alguns evitem
doar ou receber órgãos. Digamos que eu receba o coração de alguém que morreu e
aí vem a ressurreição. Com quem fica aquele coração? Bem, o corpo que temos
agora não vai entrar no céu, mas será transformado em um corpo novo. De uma
forma ou de outra, ele vai desaparecer neste estado atual, seja pela morte e
deterioração, seja pela ressurreição. Assim, um amputado ressuscitará com um
corpo perfeito e completo.
Alguém que nasceu sem seus membros ressuscitará completo
também. De onde vieram aqueles membros que ele não tinha? Aplique a mesma idéia
para quem doou seus membros.
Obviamente, como tudo mais, por não se tratar de algo
explicitamente determinado na Palavra de Deus como certo ou errado, o cristão
deve ter um exercício de buscar saber qual a vontade do Senhor para sua
situação específica e pedir por sabedoria para decidir. A Bíblia não é um livro
de regras (como foi para o judeu o Antigo Testamento) do tipo faça isso, não
faça aquilo. Se fosse, o cristão não precisaria do Espírito Santo e do
discernimento que ele dá. Por exemplo, eu nunca vou encontrar na Bíblia a
resposta para saber se posso ou não obturar um dente, usar computadores ou
viajar de avião.
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus,
que a todos dá liberalmente.”Tiago 1:5
Com a Lei n.º 9.434 de 04/02/97, que trata da DOAÇÃO
PRESUMIDA DE ÓRGÃOS, para fins de transplante, somos forçados a declarar em
nossas Carteiras de Identidade e Carteira Nacional de Habilitação a nossa
decisão quanto o ser ou não doadores de órgãos e tecidos.
ØPreocupações éticas e religiosas.
A doação de órgãos e tecidos é vista por grande parte da
humanidade como um ato de solidariedade e caridade, até com expectativa de,
quem sabe…, uma retribuição com bênçãos no além.
Decisões importantes incluem nossos princípios e valores,
muitos dos quais são mais apreendidos, do que compreendidos.
Esses princípios afetam nosso ponto de vista de vida e morte
e conceitos fundamentais como significado de fé, relacionamento e honra.
Prepare sua mente com antecipação, se possível,
especialmente em termos de textos, conceitos e princípios bíblicos que irão
orientar suas decisões. Conte mais com a possibilidade de conflitos do que de
respostas prontas. Lembre-se, porém, de que, embora alternativas aceitáveis
pelas idéias correntes no mundo possam não ser aceitáveis pelo pensamento
cristão, a maioria das alternativas cristãs se enquadra nos parâmetros de
aceitação do mundo.
O tema analisado parece simples, mas vemos, facilmente, que
ele gera desgastante conflito. Tanto assim que o Governo, ouvindo o reclamo
geral da população quanto a uma interferência em assunto tão melindroso,
decidiu acatar a orientação médica concernente à palavra da família do falecido
quando este não tenha feito em vida em declaração documental.
ØTentativa de análise.
Se o crente resolver dar atenção às Escrituras Sagradas
sobre o que ela fala relativamente ao corpo humano, há de ficar em embaraço,
ante a opinião da grande maioria à sua volta, e às suas possíveis convicções
próprias.
a) Comiseração –
Existe a afirmativa: Jesus deu a sua vida para nos salvar, portanto, também,
podemos salvar alguém dando nossos órgãos. É verdade, em parte, pois nem de
longe é possível comparar a obra vicária de Jesus que consistiu na salvação do
homem integral: espírito, corpo e alma.
Há quem pergunte: e se fosse você ou seu filho o necessitado
de um órgão, qual seria a sua atitude? Deixemos claro que esta abordagem não
tem necessariamente a resposta para o problema. É uma abordagem envolvendo,
também, um prisma religioso.
Poderia, ademais, ser feita a seguinte pergunta: você dá sua
vida ou a vida do seu filho por Jesus Cristo? Certamente que tudo dependeria do
grau de fé e convicção de cada um.
b) Espiritualidade – Entendemos, por convicção religiosa,
com todo respeito, que órgão não regenerativo não deveria ser doado, pois que,
o homem, mesmo morto, tem vínculos enigmáticos. O homem morto não é como cão ou
a galinha, etc… Parece que os antigos sabiam mais sobre isto do que nós dando
ordens póstumas na esperança do viver futuro, Gn 50: 24-26.
O mundo e suas forças espirituais, sem dúvida, têm
trabalhado para fazer do homem um ser desatento espiritualmente quanto ao corpo
físico, igualando o corpo humano ao de um animal qualquer, valorizando,
somente, o aqui e o agora e, mesmo assim, produzindo, a cada dia, meio de
degradação tanto biológica quanto espiritual.
O apóstolo Paulo
afirma com veemência que o corpo do crente é templo do Espírito Santo, 1 Co 3:
16, constituindo uma oferta de movimento ao Senhor Deus, Êx 29: 24 e Rm 12: 1.
c) Aspectos éticos – Que fazer ante o clamor de um moribundo
necessitado de um órgão para sua sobrevivência? Disse-me alguém: após a minha
morte podem fazer de mim o que quiserem. Concordo. O que outros fazem comigo
após a morte é uma coisa. Outra sou eu decidir. E o que vale para Deus é sempre
o que eu decido hoje, sendo eu uma pessoa de convicções firmadas nas Escrituras
Sagradas.
Há o chamamento para o texto de João 6: 63: “O Espírito é o
que vivifica a carne para nada aproveita”. Ora, é obvio que Jesus não estava
autorizando a comiseração do corpo, visto que ele mesmo zelou muito bem do seu
próprio corpo, como não poderia deixar de ser, pois ele era detentor da
plenitude do Espírito Santo. Temos que atinar para o contexto geral do ensino
de Jesus.
d) A questão da ressurreição – Deparamos na Bíblia com a
doutrina da ressurreição. Ela é fundamental no conjunto do ensino cristão. O
Senhor Jesus, ressurgiu dentre os mortos e trouxe consigo as marcas eternas que
o homem lhe fizera. Gostaríamos muito de ter a certeza de que tais marcas,
constituem apenas um referencial de lembrança relativamente ao sacrifício de
Cristo pela humanidade ou se as marcas expostas pelo Senhor Jesus seriam
estigmas irreversíveis produzidas, primeiro no corpo humano do Salvador,
oriundas da decisão de entrega. Sei que esta abordagem poderá servir de galhofa
para alguns e até poderão achá-la ridícula. Afinal, o futuro a Deus pertence.
Prefiro não doar os
meus, mas não critico, absolutamente, quem decide a favor. Afinal, decisão é
decisão e que Deus tenha misericórdia de nós.
Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de
Deus Taquara – Duque de Caxias – RJ
Fonte: oprofjanioresponde.blogspot.com.br